Tatuagem: um mercado promissor
Por Janaína Garcia
A queda do preconceito em relação às tatuagens faz com que o mercado cresça consideravelmente a cada ano. Se por um lado mais gente tatuando significa mais trabalho, por outro, o livre acesso a materiais de ponta abre portas para que pessoas não qualificadas se insiram no mercado com muita facilidade.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Tatuagem e Body Piercing do Brasil (SETAP – BR), o setor possui um crescimento de 20% ao ano. Segundo Pará, tatuador há 20 anos, a evolução é reflexo da mídia.
- O preconceito ainda existe, mas depois que as tatuagens começaram a aparecer nas novelas, seriados e propagandas, a população começou a enxergar a arte com mais naturalidade – afirma o tatuador.
Mesmo com uma sociedade mais liberal, a maioria dos jovens ainda se preocupa em não se expor demais, como é o caso do estudante Lucas Brandão Basílio, que foi tatuado pela segundo vez.
- Prefiro fazer em lugares escondidos. Primeiro em respeito a minha família, que não gosta muito da ideia, e segundo, por causa do mercado de trabalho, pois posso acabar perdendo uma boa oferta de emprego por causa de um desenho aparente – fala o estudante.
A grande demanda do mercado funciona como um chamariz para pessoas não habilitadas, que ingressam no mercado sem qualificação, ou condições básicas de higiene. Os mais experientes não vêem a expansão com bons olhos.
- Todo o trabalho que faço depende só de mim, das minhas mãos. Como não é possível transferir essa responsabilidade para outras pessoas, acaba sobrando clientes, que querem economizar ou tem pressa e não estão dispostas a esperar o tempo necessário - diz Pará.
No Brasil, um projeto tramita na Câmara desde 2007, mas ainda não há uma lei que regulamente a atividade. Em Cabo Frio , a Vigilância Sanitária fiscaliza os estabelecimentos que atuam na área, mas não existe critério legal para o trabalho.
- As lojas são fiscalizadas periodicamente, mas o que verificamos são as condições de higiene do local, os materiais utilizados, mas mais do que isso não é possível fazer – conta Paulo Campos, diretor da Vigilância Sanitária.