Entre o real e o imaginário

25/05/2010 09:59

 Depois de vários livros acadêmicos, jornalista lança seu segundo romance

                                                                                                            Por Mauri Sagrilo

 

 

 

Felipe Pena é psicólogo, jornalista e professor da Universidade Federal Fluminense. Doutor em Literatura pela Puc-Rio, com pós-doutorado pela Sorbonne, é autor de dezenas de artigos científicos publicados no Brasil e no exteriror, além de oito livros acadêmicos e do romance O Analfabeto que passou no Vestibular. O seu mais  recente trabalho, O Marido Perfeito Mora ao Lado, já ocupa o 4º lugar no ranking dos mais vendidos. O romance traz uma narrativa fácil e emocionante, compondo personagens que se aproximam muito do nosso cotidiano, proporcionando uma leitura agradável. Felipe foi sub-reitor da UNESA, repórter e apresentador da TV Manchete e comentarista da TVE-Brasil e assina uma coluna mensal no Jornal do Brasil.

  

Como você percebe as escolas de comunicação nos dias atuais?

Em geral, há escolas muito boas, com professores preparados e bons laboratórios. Claro que também existem escolas ruins, mas são uma minoria.

 

O que você acha da não obrigatoriedade do diploma para jornalistas?

Eu sou favorável ao diploma, o que não significa defender a sua obrigatoriedade. Acho que quem quer ser jornalista vai encontrar a melhor formação em uma faculdade de jornalismo, mas não é o único caminho. Não vejo porque devemos ser corporativistas. Mas, repito, a formação nas escolas de jornalismo ainda é a melhor para quem quer seguir na profissão.

 

Como aluna do curso de comunicação, percebo que os alunos leem pouco e isso tem influenciado muito na hora de produzir um texto. Como esse cenário pode ser modificado, como mostrar a esses jovens a importância da leitura, especialmente para alunos de comunicação?

Acho que o problema também é dos escritores. Eles precisam se preocupar com a formação de um público leitor e não apenas com a vaidade literária. Para isso, é preciso produzir enredos ágeis, cativantes, que seduzam o leitor. O que não significa ser superficial. Escrever simples é muio difícil.

 

Os jovens estão cada vez mais interessados em cursos de pós-graduação, o que vem acontecendo de alguns anos para cá.  A que se deve esse interesse?

Há exigências cada vez maiores não só no mercado de trabalho, como na vida intelectual.

 

Você é autor de vários livros. Como se dá o seu processo de criação? Em média, quanto tempo você leva para escrever um livro?

Depende do livro. Se for acadêmico é mais rápido. Já o romance demora muito mais, em média 3 a 4 anos, pois é preciso escrever e reescrever diversas vezes, e os personagerns têm vida própria.

 

No seu atual romance, O Marido Perfeito Mora ao Lado,  você fala sobre a eterna insatisfação que sentimos, que só damos valor ao que não temos ou o que perdemos. O que você perdeu e só deu valor depois?

É uma obra ficcional. Falo de um fenômeno humano, que acontece com todos, mas não me refiro a nada pessoal. Aliás, nunca faço isso.

 

Alguns de seus personagens são inspirados em pessoas ou histórias conhecidas?

Tudo é ficcional, mas é claro que também observamos a realidade para compor a ficção.

 

Você já tem ideia para um próximo livro ou está envolvido em algum projeto que gostaria de comentar?

Sim, já estou escrevendo o próximo romance, que deverá ser lançado no final do ano que vem. O personagem principal de O marido perfeito mora ao lado continua no novo livro.